quinta-feira, 19 de junho de 2014

O Governo do Estado, por meio do Registro Mestres das Artes Canhoto da Paraíba (Rema), incentiva a cultura e reconhece a contribuição dos artistas paraibanos. O Rema garante o benefício de dois salários mínimos mensais a artistas de reconhecido valor, cujo trabalho tenha contribuído para a formação do patrimônio cultural.
Ao todo, o Rema é formado por 30 beneficiados e uma vaga surge apenas quando um dos membros vem a falecer. Contemplado no ano passado, o forrozeiro Sebastião Tavares Calixto, conhecido por Bastinho Calixto, destaca a ajuda. “É importante para mim ser contemplado. Estou satisfeito. Para os artistas em geral, esse benefício é muito bom”, comenta.
Após sofrer sete acidentes automobilísticos, o último há quinze anos no município de São Bento, que o deixou com a saúde delicada, o músico vive do auxílio do Rema e dos direitos autorais de suas canções. Muito do seu patrimônio foi gasto com tratamentos visando a sua recuperação.
Irmão de Zé Calixto, Luizinho e João Calixto, Bastinho começou a carreira tocando zabumba na banda de Luiz Gonzaga e percussão com Jackson do Pandeiro. O cantor, que também tocava sanfona, foi casado com Hermelinda, do Trio Mossoró, e gravou o primeiro disco na década de 1970. Além de compositor, Bastinho trabalhou como como assistente de produção e diretor artístico, atuando nas mais importantes gravadoras da época.
A rotina de shows, viagens e gravações ficou para trás, porém o músico não deixou a profissão. “Não sei quantas músicas minhas foram gravadas, mas tenho aproximadamente mil composições. Ainda componho hoje e tenho umas cem músicas inéditas”, assinala. Suas composições foram gravadas por artistas como Elba Ramalho, Dominguinhos, Trio Nordestino, Flávio José, Tim Maia, entre outros.
“Um sonho que tenho é voltar ao normal para poder eu mesmo tocar, cantar e gravar minhas músicas. Toco ainda, mas muito pouco. No
entanto, não deixo de fazer as minhas composições”, afirma o músico.